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COVID-19: Indústria AV avalia retomada

COVID-19: Indústria AV avalia retomada

De um modo geral, pela primeira vez desde que a área de Inteligência de Mercado da AVIXA começou a realizar o Estudo de Impacto COVID-19, as percepções sobre o efeito da pandemia na indústria AV não pioraram. Elas também não melhoraram significativamente. De qualquer forma, o sentimento parece ter se estabilizado – pelo menos durante a última semana.

Um provedor AV afirmou na pesquisa, entre os dias 21 e 22 de abril: “Parece que estamos na fase de aceitação do luto, plenamente conscientes de que temos muito pouco controle sobre quando a chave será ligada novamente. Mudamos parte do nosso foco para auxiliar os funcionários mais afetados pelos acontecimentos, enquanto também procuramos opções para reequipar a empresa, considerando o futuro da indústria após a retomada.”

Nesta semana, a porcentagem de usuários finais e provedores AV indicando que a pandemia impactou negativamente os negócios de sua empresa se manteve estável em 67% e 79%, respectivamente.

Vale ressaltar, com base nos dados de impacto mencionados acima, que uma parcela significativa dos entrevistados diz – e tem dito desde o início da pesquisa – que eles não viram nenhum impacto da pandemia. (A pesquisa permite que os entrevistados indiquem se foram impactados positivamente e, embora alguns respondam isto, seus números são mínimos.)

Nesta última pesquisa, 31% dos usuários finais e 19% dos provedores AV disseram que suas empresas não foram afetadas pela COVID-19. Pela primeira vez, pedimos a esses entrevistados que descrevessem desenvolvimentos positivos em suas empresas. Aproximadamente 15% dos usuários finais citaram a retomada dos projetos, a maior parcela atribuída a um impacto positivo específico (77% não citaram/não puderam citar um impacto positivo específico). Com relação aos provedores AV, 30% disseram que as suas empresas haviam retomado os projetos; 23% citaram um aumento nas consultas recebidas; e 14% disseram que as suas empresas conseguiram financiamento.

“Para uma consultoria de design, as coisas estão funcionando como sempre”, disse um provedor AV. “Novas propostas de projetos seguem surgindo todos os dias. Nenhum projeto existente foi paralisado. Os clientes estão pagando em dia. Estamos esperando pacientemente o desenrolar da situação”.

Os desafios persistem

A porcentagem de provedores AV citando impactos negativos específicos parece estar se estabilizando. Entre os provedores AV: 71% das receitas citadas caíram, 69% desaceleraram as vendas, 45% tiveram a cadeia de suprimentos interrompida e 31% reduziram a equipe. Esses números são similares à pesquisa anterior.

Indo um pouco mais fundo, parece que algumas empresas estão se aproximando do seu limite. Em pesquisas anteriores, os entrevistados precisaram estimar o declínio percentual nas receitas da empresa e as demissões/licenças da equipe. No final, eles poderiam escolher “mais de 50%”. Para a pesquisa desta semana, oferecemos opções mais detalhadas para as perguntas acima de 50%. Notadamente, 15% dos provedores AV com queda na receita relataram uma queda de 91 a 100%; 14% daqueles com redução de pessoal, disseram que as suas empresas haviam demitido ou licenciado de 91 a 100% de seus funcionários.

No que diz respeito aos usuários finais, houve um aumento nos entrevistados que perceberam uma queda na receita (60%, em relação a 51%) e uma desaceleração nas vendas (29%, em relação a 22%). Isso vale à pena observar, porque a saúde dos negócios dos usuários finais pode ter um efeito negativo nas perspectivas de negócios de seus provedores AV. Pelo lado positivo, a participação de usuários finais que citam reduções de pessoal na semana passada caiu para 19% (de 24%).

“Não tivemos mudanças na última semana – continuamos como estávamos”, disse um usuário final. “A única mudança real é que estamos ficando um pouco mais eficientes e produtivos em nossa transição para o trabalho remoto”.

Alguns se beneficiam de uma estrutura mais sólida

No fim das contas, após um mês de rápida deterioração no sentimento sobre os negócios da indústria, o Estudo de Impacto desta semana revela uma calma desconfortável. Até o momento em que este artigo foi escrito, a cobertura jornalística estava destacando os esforços de alguns governos para reabrir suas economias, incluindo auxílios emergenciais como os que serão realizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal, além de outras instituições privadas.

Para alguns nos EUA, o Economic Injury Disaster Loan (EIDL) e o Paycheck Protection Program (PPP), dois programas financiados pela CARES Act, estão fornecendo o auxílio temporário necessário. Na pesquisa mais recente, 57% dos provedores AV disseram que as suas empresas solicitaram assistência ao governo.

“As reservas de caixa e os empréstimos EIDL/PPP estão nos permitindo operar quase normalmente por 4 a 5 meses”, disse um provedor.

De acordo com outro provedor, “Garantimos um financiamento adicional PPP e estamos mantendo toda a nossa equipe. Os técnicos de campo estão treinando e recebendo certificações, e o resto da equipe está trabalhando em casa em projetos executivos. Estamos um tanto otimistas de forma geral.”

Naturalmente, desde o último Estudo de Impacto, o PPP dos EUA ficou sem fundos, incentivando o Congresso a agir novamente. Nem todas as empresas – AV e outras – receberam os empréstimos de que precisavam na primeira vez. Cerca de 1,6 milhão de empréstimos foram concedidos na primeira rodada do PPP.

“O PPP ficou sem dinheiro”, disse um provedor AV. “Na sexta-feira, ainda havia mais de 2.000 pedidos na nossa frente, no banco. Estamos trabalhando em um plano para continuar os negócios, considerando que não receberemos o dinheiro dos recursos emergenciais”.

A mesma dificuldade se passa no Brasil, onde as microempresas com faturamento entre R$ 28,5 mil e R$ 360 mil por ano estão com dificuldades de conseguir auxílio oficial, pois não se encaixam em nenhum dos programas de auxílio apresentados.

Indústria AV está prejudicada, mas resiste

A amostra limitada de profissionais de eventos ao vivo do Estudo de Impacto está mostrando sinais de que a catástrofe pode estar se estabilizando, embora o que vem a seguir não esteja claro para muitos. A comunidade de eventos ao vivo foi especialmente afetada por eventos cancelados e regulamentações governamentais contra grandes aglomerações. Em destaque, 71% da amostra disse que os seus negócios sofreram um grande impacto negativo pela pandemia da COVID-19 e 100% disseram que suas empresas foram atingidas por receitas em queda (93% lidaram com projetos cancelados).

“Nós realizamos festas e eventos corporativos, com equipamentos de som, luz, telas de LED, palcos e estruturas”, disse um provedor AV. “Consideramos que teremos de mudar os negócios e adaptar a empresa para realizar instalações fixas em residências ou empresas, videoconferências, entre outras coisas”.

Disse outro provedor AV: “As reuniões estão aumentando, mas não atingiram o nível anterior a COVID-19”.

Junho será o ponto de virada?

Quando perguntados sobre quando esperam retomar os projetos, os participantes do Estudo de Impacto pensam em algo entre junho a setembro, embora a parcela de pessoas que menciona junho tenha aumentado em relação à pesquisa da semana passada. Mais de 32% dos provedores AV e 29% dos usuários finais citaram junho como o mês em que esperavam a retomada dos projetos, a resposta mais popular.

Dito isto, 43% dos provedores AV e 42% dos usuários finais esperam que o trabalho seja retomado no terceiro trimestre. Seja qual for o caso, alguns dizem que estão usando o seu tempo para avaliar como seus negócios podem mudar nos próximos meses e anos.

Um entrevistado de eventos ao vivo afirmou: “Ainda não acho necessariamente que as coisas estejam em uma trajetória ascendente, mas temos feito muito progresso nas etapas de pesquisa e planejamento de vários eventos importantes, que nos permitirão gerenciar estes eventos virtualmente e à distância, levando em conta as preocupações de saúde e segurança. Este é certamente um passo na direção certa, pois o estado atual das coisas avança para o futuro próximo, especialmente em eventos ao vivo.”

“Estamos recebendo muitas solicitações de transmissão ao vivo, além das necessidades de colaboração – os eventos ao vivo são transmitidos pela web e arquivados para visualização posterior”, disse um provedor AV. “Estamos recebendo muitos pedidos ou solicitações e as pessoas estão abrindo as suas carteiras para comprar o equipamento. Acredito que essa pode ser uma solução a longo prazo, pois as pessoas aprenderam a trabalhar em casa de maneira mais ou menos eficaz.”

Se você deseja participar da Pesquisa de Impacto da COVID-19 na Indústria AV, promovida pela AVIXA, ou de outros estudos do Painel de Inteligência, faça parte da AVIXA Insight Community em avip.avixa.org.

Visite avixa.org para obter as informações mais recentes sobre a COVID-19 e o seu impacto no setor AV, além de acessar o catálogo de aprendizado on-line gratuitamente até 12 de junho.

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