Desde que assumiu a presidência do Advanced Television Systems Committee (ATSC), em 2019, Madeleine Noland lidera a expansão do padrão ATSC 3.0 e acaba de conquistar uma grande vitória: o endosso do Fórum Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) à camada física do padrão estadunidense, que fará parte da nossa ‘TV 3.0’. Outros elementos presentes no padrão já haviam sido validados pelo Brasil nos últimos anos, como o transporte ROUTE/DASH, o áudio MPEG-H, closed captions IMSC1 e as mensagens de emergência.
Um aspecto significativo do trabalho de Noland envolve a estreita colaboração com o Fórum SBTVD e reuniões com o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Há muita disposição para não deixar espaço para a concorrência.
Iniciativas similares ocorreram no início dos anos 2000, quando chegava o HDTV e era preciso definir como digitalizar as transmissões (TV 2.0). Na época, apesar de um lobby pesadíssimo, os Estados Unidos perderam a disputa e prevaleceu uma combinação entre o padrão japonês e aperfeiçoamentos locais (ISDB-Tb). Desta vez a história é outra.
“Estamos profundamente gratos pela recomendação do Fórum SBTVD para transmissão na TV aberta. Valorizamos a oportunidade de compartilhar experiências e trocar ideias com nossos colegas no Brasil ao longo deste processo de seleção de quatro anos. Aprendemos muito e estamos ansiosos pela continuidade da colaboração”, afirmou Noland há poucos dias.
A carreira de Madeleine Noland na indústria televisiva começou em 2004, e desde então ela construiu uma reputação por sua expertise e liderança em tecnologias de transmissão digital. Antes de se tornar presidente, ela presidiu vários grupos relacionados ao ATSC 3.0, contribuindo para o desenvolvimento de padrões de transmissão de próxima geração.
Sob a sua orientação, o ATSC permitiu que o padrão de Codificação Versátil de Vídeo (VVC) fosse integrado ao sistema ATSC 3.0 para melhorar a compressão – algo como 50% mais eficiência do que o HEVC, e suportar formatos de vídeo de alta resolução (4K e 8K), sem sacrificar a banda de transmissão.