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Mercado de satélites é destaque na sessão de abertura do SET e Trinta

Mercado de satélites é destaque na sessão de abertura do SET e Trinta

A Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET) iniciou a sua programação no NAB Show 2019 com três sessões técnicas, reunido duas centenas de profissionais. Realizado no Las Vegas Convention Center, o tradicional SET e Trinta contou com os painéis “A transformação dos serviços de satélite diante das mídias de última geração”, “Impactos das novas tecnologias nos modelos de produção” e “O futuro com UHD”.

 

Carlos Fini, presidente da SET, abriu o evento ressaltando o empenho da entidade para a evolução da engenharia de televisão, com eventos como o Congresso SET EXPO e os grupos de trabalho, como o de Blockchain, recentemente inaugurado. Luis Otavio Marchezetti, Vice-Presidente de Engenharia da SKY, moderou o painel inicial dedicado ao mercado de satélites e que teve como primeiro palestrante Jurandir Pitsch, VP da SES para a América Latina e Caribe.

 

Pitsch destacou inicialmente a evolução da propulsão de satélites por combustíveis químicos e pesados, que são consumidos nas primeiras horas do lançamento, por motores iônicos de propulsão elétrica, que trazem maior eficiência nos momentos iniciais e na vida útil. Outra novidade é o uso da tecnologia MDA para reabastecimento de satélites, da qual a SES é a primeira cliente em todo o mundo.

 

Outro aspecto que está mudando o cenário dos satélites foi a solução criada pela empresa SpaceX, que permitiu reutilizar os foguetes, reduzindo o tempo de espera por um novo lançamento. Os satélites SES-8 e SES-10 – que atende o Brasil – foram os primeiros do mundo a empregar foguetes reutilizados. “Esta queda nos custos de manutenção da posição orbital estendeu a vida dos satélites de 15 anos, em média, para mais de 30 anos”, explica Jurandir Pitsch. “O resultado destas iniciativas é a maior disponibilidade de acesso à tecnologia espacial”.

 

A SES também começou a utilizar matrizes digitais de menor tamanho, maior flexibilidade e maior capacidade de gerenciamento de banda e potência. O satélite SES-17, que cobrirá as Américas na banda Ka, usará estas matrizes combinadas com matrizes analógicas. Para finalizar, Pitsch anunciou a compra de satélites da Boeing com até quatro mil bins, capazes de ajustar a banda ao nível dos Terabits, sendo capazes de alcançar fluxos de 10 Terabits. “Estes novos satélites estão prontos para a nova realidade do mercado, com o uso intenso de 5G.”

 

ABS

Estevão Ghizoni, responsável pela unidade comercial da empresa de satélites ABS nas Américas, iniciou o painel seguinte relembrando a historia da empresa, criada em 2005 com a missão de reduzir os custos envolvidos nas operações com satélites. “Queremos fornecer alta tecnologia a custo justo e repassamos a redução destes custos aos nossos clientes”, conta Ghizoni.

 

A empresa começou com um satélite e em 2010 recebeu um investimento de US$ 450 milhões para comprar três satélites novos, sendo dois deles elétricos. Hoje a ABS trabalha com dez teleportos, sendo três próprios. Já a frota consiste em seis satélites. “São modelos com uma redução de peso significativa e maior durabilidade, beneficiando os clientes. O ABS-3A, por exemplo, lançado em 2015, tem vida programada até 2042”. Este satélite cobre as Américas e atende emissoras brasileiras com banda Ku e recepção por antenas de 1,8 metros.

 

TV Globo

No último painel sobre satélites, Leonardo Chaves, Gerente de Projetos em Novas Tecnologias de Transmissão da TV Globo descreveu as oportunidades da transição da recepção por parabólicas analógicas para digitais, além da experiência de TV híbrida (broadcast broadband), que deverá fazer parte desta transição para que as plataformas DTH possam considerar a adoção da mesma tecnologia de middleware da TV Aberta (DTV Play).

 

Segundo Leonardo, 23 de milhões de domicílios brasileiros contam com antena parabólica combinada com outro meio, representando 35% da população. Destes, 8 milhões de domicílios tem recepção exclusiva por satélite (12% do total), demonstrando a importância da tecnologia para complementar a distribuição terrestre.

 

Neste momento, o Modelo de Regionalização SATHD adotado pela TV Globo conta com 16 sinais, sendo 15 regionais e 1 nacional. Até o momento 1,2 milhões de domicílios já aderiram a recepção digital gratuita via satélite.  “Nós estamos realizando ações pelo Brasil para explicar às populações como é simples realizar esta migração”, conta Leonardo. As empresas responsáveis pelo fornecimento dos receptores são Elsys, Century e Visiontec, que aos poucos passarão a contar com um perfil de middleware capaz de personalizar a recepção, combinando conteúdos lineares e não lineares. A proposta é criar uma experiência unificada, em parceria com empresas de televisão por assinatura para realizar esta mescla.

 

Ao final da sessão, Luis Otavio Marchezetti demonstrou otimismo com o futuro do mercado de DTH no Brasil e com a expansão para recepção em múltiplos aparelhos, não apenas Set-top boxes. A expectativa é transforma-se em um hub de conteúdos, com intensa curadoria. “Com isso vamos ao encontro do que o Leonardo disse, sobre ter uma caixa hibrida, com aplicações em Android, por exemplo. Precisamos de uma caixa conectada para não ficarmos presos apenas a TV (tradicional)”.

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