No evento Adobe MAX em Miami, a Adobe apresentou avanços significativos no uso de IA para edição de vídeo com o Firefly, incluindo o Adobe Firefly Video Model e o recurso Generative Extend, ambos voltados para aumentar a produtividade e o controle criativo dos editores.
Uma dificuldade comum na edição de vídeo é a falta de material suficiente para cobrir diálogos, sincronizar com trilhas sonoras ou criar uma narrativa contínua. Tradicionalmente, editores utilizam técnicas como desacelerar o vídeo ou reaproveitar trechos, o que pode prejudicar o fluxo da história. O recurso Generative Extend, integrado ao Premiere Pro, pretende resolver essa questão ao gerar quadros adicionais em cenas, estendendo trechos para melhorar o ritmo e a continuidade narrativa.
Essa função é viabilizada pelo Firefly Video Model da Adobe, que utiliza aprendizado de máquina para criar resultados de aparência natural, mesmo em cenas com movimentos complexos. Essa integração permite aos editores adicionar esses quadros diretamente na linha do tempo, economizando tempo e mantendo um fluxo visual consistente.
Transformação de texto para vídeo
O Firefly Video Model, agora em fase beta, permite que editores criem cenas a partir de descrições em texto. A IA interpreta os textos para produzir clipes detalhados, possibilitando a criação de cenas específicas como, por exemplo, “close cinematográfico de um homem idoso em um cenário noturno.”
Além de gerar cenas, o modelo oferece opções para ajustar aspectos como ângulos de câmera, movimentos e zoom, permitindo que criadores façam ajustes que correspondam à visão do projeto.
IA generativa com ética
A Adobe promete se preocupar com direitos autorais e ética ao treinar o Firefly apenas com conteúdos licenciados da própria Adobe e de bancos de imagens públicos, evitando conflitos de propriedade intelectual. Esse processo deve garantir que o conteúdo gerado pelo Firefly é licenciado para uso comercial. A Adobe também inclui credenciais de conteúdo para reforçar a procedência e o uso seguro dos ativos gerados por IA.
A Adobe defende que usa a IA como um complemento, e não um substituto, para a criatividade humana. O CEO Shantanu Narayen reiterou essa visão no Adobe MAX, destacando o compromisso da empresa com o uso ético da IA, incluindo o respeito aos direitos dos criadores e a remuneração dos que contribuem com o treinamento dos modelos.
A Adobe desenvolveu um sistema de verificação em três camadas para proteger a propriedade intelectual:
- – Rastreamento da origem do conteúdo usado no treinamento da IA
- – Verificação de direitos autorais em tempo real
- – Sistema de compensação para criadores cujo trabalho contribui para o desenvolvimento da IA
Para garantir que a tecnologia não comprometa a integridade artística, a Adobe implementou:
- – Controles granulares que permitem aos criadores definir limites para a intervenção da IA
- – Ferramentas de auditoria que registram todas as modificações feitas pela IA
- – Opções de reversão que permitem desfazer alterações geradas automaticamente
A Adobe estabeleceu diretrizes claras para o uso de conteúdo gerado por IA:
- – Obrigatoriedade de divulgação quando conteúdo gerado por IA é usado
- – Documentação detalhada sobre o processo de criação
- – Certificados digitais que acompanham todo conteúdo gerado por IA