Durante a NAB Show 2024, Paulo Henrique Castro, CEO do Mediatech Lab, conversou com Fernando Gaio, do portal VID VOX, sobre as inovações apresentadas no evento e as principais tendências no setor de mídia (assista ao vídeo). Com mais de 25 anos de participação na NAB, Paulo Henrique compartilhou sua visão sobre a evolução do mercado e as mudanças que vêm transformando a indústria.
Paulo Henrique destacou a importância da próxima geração de TV, conhecida como TV 3.0, que tem gerado grande interesse, especialmente entre os participantes brasileiros. “A TV 3.0 representa não apenas uma mudança tecnológica, mas uma transformação do modelo de negócios, combinando o melhor da radiodifusão com a conectividade do broadband”, afirmou. Segundo ele, essa convergência entre broadcast e broadband permitirá uma personalização sem precedentes, além de novos formatos de interação com os consumidores.
A TV 3.0 promete não só aprimorar a qualidade de transmissão, mas também oferecer funcionalidades avançadas, como experiências imersivas e interativas. “Estamos criando um padrão que visa o futuro, capaz de atender às demandas tecnológicas dos próximos anos, em vez de focar apenas nas necessidades imediatas”, disse, enfatizando a necessidade de se manter competitivo em um ambiente onde as tecnologias evoluem rapidamente.
Paulo Henrique Castro também mencionou a importância de um processo técnico rigoroso e transparente na definição dos padrões tecnológicos que serão adotados no Brasil, comparando a atual transição à digitalização da TV há 15 anos. “Nosso modelo de avaliação técnica é reconhecido internacionalmente. Estamos construindo um padrão que não apenas atenderá às necessidades atuais, mas que permitirá expansão e evolução no futuro.”
Mediatech Lab e a inteligência artificial
Outro ponto alto da entrevista foi a discussão sobre a inteligência artificial (IA) aplicada à produção de conteúdo. O Mediatech Lab está na vanguarda dessa área, desenvolvendo soluções que incluem apresentadores artificiais e a utilização de IA para personalizar conteúdo de forma eficiente. “A IA permite uma ultra personalização e localização, algo que antes era inviável devido à alta demanda de produção”, comentou Castro. Ele destacou a evolução das tecnologias de captura de movimento e emoções, que agora possibilitam a criação de humanos virtuais fotorrealistas, indistinguíveis dos reais.
A automação de fluxos de trabalho também foi tema de destaque, com Paulo Henrique ressaltando o papel da IA na redução de custos operacionais e aumento da eficiência nas operações de mídia. Segundo ele, apesar da preocupação com a substituição de empregos, haverá uma crescente demanda por profissionais qualificados que possam dominar e explorar essas novas ferramentas tecnológicas.
Quando questionado sobre o impacto da automação e IA na força de trabalho, ele foi otimista: “A educação está mais acessível, e a demanda por profissionais que entendam essas novas ferramentas só vai crescer. A criatividade será o grande diferencial competitivo.”
Por fim, o CEO do Mediatech Lab comentou sobre a democratização da produção audiovisual, impulsionada por tecnologias mais acessíveis. Ele comparou o fenômeno ao esporte olímpico americano, onde a massificação inicial permite que talentos sejam descobertos em larga escala. Da mesma forma, a produção democratizada possibilitará que novos talentos surjam em todo o Brasil, rompendo com as barreiras regionais.
